O Kremlin deixou claro que qualquer acordo de paz para terminar a guerra na Ucrânia terá de acomodar os seus interesses de segurança fundamentais, uma posição inflexível que moldará as futuras negociações. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, afirmou que um eventual encontro entre Putin e Zelensky deve ser preparado “com muito cuidado” e que não se pode falar de um “acordo de longo prazo” sem o respeito pelos interesses de segurança da Rússia e pelos direitos dos russos e russófonos na Ucrânia. Esta posição foi reforçada pela porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, que rejeitou categoricamente a presença de qualquer contingente militar da NATO na Ucrânia. “Confirmamos a nossa rejeição categórica a qualquer cenário que preveja a presença de um contingente militar da NATO na Ucrânia, o que implica uma escalada incontrolável do conflito com consequências imprevisíveis”, declarou Zakharova. Esta linha vermelha surge em resposta às discussões sobre garantias de segurança para Kiev, que poderiam envolver forças de países da Aliança. As declarações de Londres e Paris sobre o envio de uma “força de garantia” foram descritas por Moscovo como “abertamente provocadoras e predatórias”.
A Rússia vê estas propostas como uma “instigação cínica para continuar as ações bélicas”.
A insistência nestas condições demonstra que, apesar da abertura para o diálogo, a Rússia não pretende ceder nos seus objetivos estratégicos centrais, que incluem a neutralidade militar da Ucrânia e a proteção das populações que considera suas, moldando o quadro de qualquer negociação futura.
Em resumoA Rússia impôs condições estritas para qualquer acordo de paz, exigindo o respeito pelos seus interesses de segurança e pelos direitos dos russófonos na Ucrânia. Moscovo rejeita veementemente a presença de forças da NATO em território ucraniano, considerando-a uma linha vermelha que levaria a uma escalada incontrolável do conflito.