A possibilidade de concessões territoriais por parte da Ucrânia continua a ser um dos temas mais delicados e controversos no caminho para um acordo de paz. O Presidente Volodymyr Zelensky abordou o assunto de forma cautelosa, afirmando que “a questão dos territórios é um assunto entre mim e Putin”, indicando que esta seria uma matéria a ser discutida diretamente entre os dois líderes, longe do escrutínio público imediato. Zelensky admitiu a sensibilidade do tema, lembrando que “cada quilómetro quadrado [da Ucrânia] está coberto com sangue” de soldados ucranianos, o que torna qualquer cedência politicamente e emocionalmente difícil. A posição oficial de Kiev, reiterada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Andri Sibiga, é que a Constituição ucraniana impede a cedência formal de território.
No entanto, a pressão internacional, especialmente por parte de Donald Trump, que sugeriu que a Ucrânia poderia acabar com a guerra “quase imediatamente” se desistisse da Crimeia, coloca o tema no centro das negociações. O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a questão das concessões territoriais não foi abordada em Washington porque “a prioridade são as garantias de segurança”, mas reconheceu que “cabe à Ucrânia fazê-las”.
Esta divisão entre a recusa pública de cedências por parte de Kiev e a pressão externa para considerar essa possibilidade cria um dilema complexo.
Analistas sugerem que um cenário em que a Ucrânia ceda o Donbas em troca da aproximação à NATO e à UE poderia colocar Zelensky numa posição difícil, arriscando parecer que não favorece a paz se recusar tal acordo.
Em resumoA cedência de territórios ucranianos é um obstáculo central nas negociações de paz. Enquanto Zelensky afirma que o assunto será tratado diretamente com Putin, a pressão internacional, nomeadamente dos EUA, aumenta. A posição oficial de Kiev é contra a cedência, mas a complexidade das negociações pode forçar a Ucrânia a enfrentar decisões difíceis.