Fontes próximas do Kremlin revelaram as três condições centrais de Vladimir Putin para um acordo de paz, que implicam concessões significativas por parte da Ucrânia. A proposta, que inclui a cedência de toda a região do Donbass, foi recebida com ceticismo e rejeição por Kiev, que se recusa a abdicar da sua integridade territorial. De acordo com a agência Reuters, que cita três fontes anónimas, as exigências de Moscovo para o fim da guerra são claras. Em primeiro lugar, a Ucrânia teria de ceder a totalidade das regiões de Donetsk e Luhansk, que constituem o Donbass, reconhecendo a sua soberania russa. Esta exigência representa uma ligeira moderação em relação à pretensão anterior de anexar as quatro regiões parcialmente ocupadas, mas ainda assim obrigaria Kiev a entregar territórios que as suas forças armadas continuam a defender.
Em segundo lugar, a Ucrânia teria de renunciar formalmente à sua ambição de aderir à NATO e consagrar um estatuto de neutralidade. Por último, o acordo teria de garantir que nenhuma tropa ocidental seria estacionada em território ucraniano.
Estas condições refletem os objetivos de longa data da Rússia de criar uma zona de influência e impedir a expansão da Aliança Atlântica para leste. O Presidente Volodymyr Zelensky já rejeitou publicamente a ideia de ceder território, afirmando que a defesa do Donbass é uma "questão de sobrevivência do nosso país, envolvendo as linhas defensivas mais fortes". A intransigência de ambas as partes sobre a questão territorial continua a ser o principal obstáculo a qualquer acordo de paz, com Kiev a insistir na restauração das suas fronteiras de 1991.
Em resumoA Rússia estabeleceu as suas condições para a paz, exigindo que a Ucrânia ceda a totalidade da região do Donbass, adote um estatuto de neutralidade e proíba a presença de tropas ocidentais. Estas exigências são consideradas inaceitáveis por Kiev, que se mantém firme na defesa da sua soberania e integridade territorial.