Esta postura dupla reflete a estratégia russa de exercer máxima pressão militar para forçar concessões políticas.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que “as forças armadas russas estão a cumprir a missão.

Continuam a atacar alvos militares e paramilitares”, acrescentando que “os ataques são bem-sucedidos, os alvos são destruídos”.

Simultaneamente, Peskov assegurou que “a Rússia continua interessada em prosseguir o processo de negociação, a fim de alcançar os objetivos que foram fixados por meios políticos e diplomáticos”.

Esta narrativa foi ecoada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, que culpou os países ocidentais por tentarem impedir as negociações e criticou Zelensky por, alegadamente, impor condições para um encontro com Putin.

A Rússia rejeita as críticas de que os seus ataques minam os esforços de paz, invertendo a acusação ao afirmar que é o exército ucraniano que ataca “infraestrutura pacífica” russa, numa aparente referência aos ataques a refinarias. Esta dualidade de discurso sugere que Moscovo não pretende abrandar a sua ofensiva militar, usando-a como principal instrumento de negociação, enquanto mantém uma fachada de abertura diplomática para influenciar a opinião pública internacional e explorar divisões entre os aliados da Ucrânia.