Este aumento reflete a crescente percepção de ameaça por parte da Rússia e a pressão para que os países europeus assumam maior responsabilidade pela sua própria segurança.

De acordo com a Agência Europeia de Defesa (EDA), os gastos com armamento na União Europeia atingiram 343 mil milhões de euros em 2024, um aumento de 19% em relação ao ano anterior, e prevê-se que atinjam 381 mil milhões em 2025. Em 2024, 25 dos 27 Estados-membros aumentaram as suas despesas de defesa em termos reais, sendo Portugal e Irlanda as únicas exceções com ligeiras reduções.

Dados de mercado compilados pelo analista Craig Caffrey indicam que os gastos europeus com compras militares deverão alcançar 146 mil milhões de euros em 2025, superando os 143,9 mil milhões previstos para os EUA.

Esta inversão é descrita como “dramática” e resulta de um aumento contínuo desde 2015, acelerado após a invasão de 2022.

Os membros da NATO estão a ajustar os seus orçamentos para cumprir as metas da aliança, que agora apontam para 3,5% do PIB em despesas militares e 1,5% em áreas relacionadas com a segurança até 2035. A ministra da Economia alemã, Katherina Reiche, admitiu mesmo que o Estado alemão poderia financiar diretamente a indústria da defesa, considerando o rearmamento um “imperativo da política de segurança” e uma “oportunidade económica”.