Esta exigência, expressa pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, continua a ser o principal obstáculo a qualquer progresso diplomático significativo.
Numa entrevista, Lavrov declarou que “para que a paz seja duradoura, as novas realidades territoriais que surgiram (...) devem ser reconhecidas e formalizadas de acordo com o direito internacional”.
Esta declaração refere-se à anexação da Crimeia em 2014 e das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia em 2022, territórios que a Rússia não controla na sua totalidade.
A Ucrânia e a comunidade internacional consideram estas anexações ilegais e uma violação grosseira do direito internacional.
A resposta de Kiev foi imediata, com o chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sybiga, a classificar as palavras de Lavrov como “uma nova série de velhos ultimatos”, acrescentando que “a Rússia não alterou os objetivos brutais e não mostra a menor disposição para negociações significativas”. A insistência de Moscovo nesta pré-condição torna praticamente impossível um diálogo construtivo, uma vez que a Ucrânia exige a retirada completa das tropas russas de todo o seu território soberano como ponto de partida para qualquer negociação.
A posição russa, imutável apesar das pressões internacionais e das sanções, solidifica o conflito num impasse onde as ambições territoriais de Moscovo colidem frontalmente com o princípio da integridade territorial defendido por Kiev e pelos seus aliados.













