A iniciativa visa estabelecer um sistema de defesa aérea coordenado para detetar, rastrear e neutralizar aeronaves não tripuladas que violem o espaço aéreo do bloco.

A proposta, anunciada pela Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e impulsionada pelo comissário da Defesa, Andrius Kubilius, reflete uma nova urgência na política de segurança europeia.

Numa fase inicial, o projeto envolverá dez Estados-membros da linha da frente (Bulgária, Estónia, Finlândia, Letónia, Lituânia, Polónia, Roménia, Eslováquia, Dinamarca e Hungria), com o objetivo de alargar a iniciativa a toda a UE.

Kubilius sublinhou a necessidade de uma resposta "firme, unida e imediata", afirmando que a fase inicial poderá estar operacional "dentro de um ano".

A experiência da Ucrânia no combate a drones é considerada "inestimável" para o projeto.

No entanto, a implementação enfrenta desafios significativos, nomeadamente o financiamento.

O primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, já apelou à "solidariedade" dos parceiros do sul, como Espanha e Portugal, na partilha dos custos, argumentando: "Demonstrámos solidariedade económica com o sul da Europa durante 20 anos.

Agora esperamos solidariedade em matéria de segurança". Bruxelas sugere recorrer ao fundo extraordinário SAFE, dotado de 150 mil milhões de euros, mas Helsínquia contesta este mecanismo por se tratar de créditos a reembolsar, não representando uma solidariedade efetiva.

A discussão sobre a emissão de dívida conjunta para financiar a defesa continua a ser um ponto de discórdia, evidenciando as clivagens internas na UE sobre como financiar a segurança comum.