As Nações Unidas alertaram que a guerra na Ucrânia, que já provocou mais de 50.000 vítimas civis, entrou numa "fase ainda mais perigosa e mortal". O relatório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos revela que, nos primeiros oito meses de 2025, o número de vítimas aumentou 40% em comparação com o mesmo período de 2024, elevando o total para cerca de 15.000 mortos e 35.000 feridos. O alto comissário Volker Turk descreveu um cenário de "bombardeamentos contínuos contra escolas, hospitais e abrigos", sublinhando o custo humano devastador do conflito. "Esta guerra tem de acabar, o custo humano para os civis, para os soldados e para as suas famílias é enorme e devastador", afirmou Turk durante um debate no Conselho de Direitos Humanos da ONU. O relatório acusa ainda as autoridades russas de perpetrarem "violações generalizadas e sistemáticas dos direitos humanos" nos territórios ocupados no sul e leste da Ucrânia.
Estas violações incluem execuções extrajudiciais, tortura, violência sexual contra detidos e prisioneiros de guerra.
Além disso, os residentes destas zonas enfrentam uma "pressão crescente" para obter a cidadania russa, sob pena de sofrerem intimidação, deportação e confisco de bens. Moscovo é também acusado de impor uma educação de cariz patriótico e militar e de intensificar a vigilância e a censura, num "esforço deliberado para suprimir a dissidência e a identidade ucraniana".
Em resumoO mais recente relatório da ONU pinta um quadro sombrio da guerra, destacando não só o aumento drástico de vítimas civis, mas também as graves e sistemáticas violações de direitos humanos por parte da Rússia nos territórios ocupados, que visam suprimir a identidade ucraniana.