A recente vaga de incursões de drones russos no espaço aéreo europeu serviu de catalisador para uma cimeira de líderes da União Europeia em Copenhaga, onde o reforço da defesa comum se tornou a principal prioridade. A proposta central em debate foi a criação de um "muro de drones" europeu, um sistema integrado de deteção, interceção e neutralização de aeronaves não tripuladas, que obteve um "apoio abrangente" dos chefes de Estado e de Governo, segundo o presidente do Conselho Europeu, António Costa. A urgência da medida foi sublinhada pela primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, anfitriã da cimeira, que instou os parceiros a abandonarem as "visões nacionais" em prol de uma resposta europeia unificada à "guerra híbrida" russa.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participou por videoconferência, propondo a criação de um escudo que proteja toda a Europa e oferecendo a experiência do seu país.
No entanto, apesar do consenso político sobre a necessidade de agir, a cimeira expôs divisões sobre a implementação prática do projeto. Países do flanco leste, como a Letónia, defendem um prazo de execução rápido, de 12 a 18 meses, enquanto a Alemanha, através do seu ministro da Defesa, Boris Pistorius, apontou para um horizonte de três a quatro anos. Questões sobre o financiamento também permanecem, com os países do sul a mostrarem-se relutantes em assumir os custos de uma ameaça que sentem como mais distante, enquanto os do norte e leste exigem maior solidariedade financeira.
Em resumoA cimeira de Copenhaga demonstrou um forte consenso político para reforçar a defesa aérea europeia com um "muro de drones", mas revelou desafios significativos relacionados com o financiamento e o cronograma de implementação, expondo as diferentes perceções de ameaça entre os Estados-membros.