Investigações em vários países europeus revelaram uma crescente estratégia de guerra híbrida por parte da Rússia, que inclui o recrutamento de sabotadores locais e a atração de cidadãos ocidentais desiludidos com as democracias liberais. Uma das táticas é o chamado visto "anti-woke", introduzido em 2024 para estrangeiros que partilhem os "valores espirituais e morais tradicionais" russos, promovendo a imagem de uma Rússia como "paraíso conservador". Embora o número de pedidos seja modesto, o programa funciona como uma ferramenta de propaganda e "soft power".
Mais preocupante para as autoridades europeias são as operações de sabotagem. A inteligência militar russa (GRU) estará a recrutar células na Europa através de canais de Telegram e a contratar criminosos para realizar ataques. Foi revelado um plano para usar latas de milho cheias de explosivos para ataques na Polónia, Lituânia e Alemanha, com o objetivo de culpar a Ucrânia. Em Itália, suspeita-se que a máfia esteja a ser usada para introduzir armas russas novas, sem número de série, em troca de componentes eletrónicos sancionados, como microchips e peças de drones.
Estas táticas são vistas como uma adaptação dos serviços secretos russos após a expulsão em massa dos seus agentes que operavam sob cobertura diplomática na Europa desde o início da guerra.
Em resumoA Rússia está a intensificar a sua guerra híbrida na Europa, utilizando métodos não convencionais como propaganda ideológica e o recrutamento de cidadãos locais para atos de sabotagem, numa tentativa de desestabilizar os países da NATO e minar o apoio à Ucrânia.