Esta retórica dual visa projetar uma imagem de força e controlo, enquanto desvaloriza as apreensões ocidentais.
Durante uma visita a São Petersburgo, Putin afirmou que o seu exército "libertou quase 5.000 quilómetros quadrados de território" em 2025 e está a avançar "em praticamente todos os setores", incluindo nas frentes de Pokrovsk e Dnipropetrovsk.
Esta narrativa de sucesso contrasta com as análises ocidentais, mas serve para reforçar o moral interno.
Simultaneamente, num discurso no fórum Valdai, Putin dirigiu-se diretamente à Europa, afirmando que Moscovo acompanha de perto a "crescente militarização" do continente e que a resposta russa "não tardará" e será "muito convincente".
No entanto, adotou um tom de escárnio ao abordar os recentes incidentes com drones, que levaram ao encerramento de aeroportos em vários países europeus. Referindo-se a Lisboa, Putin brincou: "Se falarmos de forma séria, não temos drones capazes de atingir Lisboa. Temos drones de longo alcance, mas não há alvos lá".
O líder russo classificou as preocupações europeias como uma "histeria" destinada a desviar a atenção dos problemas internos, aconselhando os líderes europeus a 'acalmarem-se e dormirem em paz'.
Esta abordagem reflete a estratégia do Kremlin de minimizar as suas ações hostis enquanto emite avisos velados contra o rearmamento europeu.














