Estas operações, coordenadas pelos serviços de informações russos (GRU), representam uma faceta perigosa e clandestina da guerra híbrida de Moscovo contra o Ocidente. O recrutamento é frequentemente realizado através de canais na aplicação de mensagens Telegram, muitos deles ligados ao grupo Wagner. Os agentes russos monitorizam estes canais em busca de utilizadores com fortes opiniões pró-russas, contactando-os depois em privado com ofertas de missões bem remuneradas. Os pagamentos são efetuados em criptomoedas para dificultar o rastreio.
As tarefas variam desde atos de vandalismo, como pintar grafitis, até sabotagens mais graves, como atear incêndios.
Um caso emblemático foi o incêndio de um armazém em Londres pertencente a uma empresa de logística ucraniana, levado a cabo por um grupo de jovens britânicos recrutados desta forma. Em Espanha, uma célula composta por cidadãos de várias nacionalidades foi desmantelada, suspeita de realizar sabotagens em vários países europeus.
Além disso, um relatório da ONU alertou que a Rússia está a usar o Telegram para recrutar menores ucranianos para realizar ataques bombistas.
Esta tática de usar "agentes descartáveis" permite ao Kremlin manter uma negação plausível, enquanto desestabiliza os seus adversários.
As agências de segurança europeias estão cada vez mais preocupadas com esta ameaça, que explora vulnerabilidades sociais e económicas para transformar cidadãos em peões da estratégia de guerra russa.














