A iniciativa é vista por alguns como uma oportunidade crucial para a paz, mas por outros como um desafio direto à unidade e à política externa da União Europeia.

A proposta do encontro surgiu após uma “conversa telefónica muito produtiva” entre os dois líderes, com o objetivo de “pôr fim a esta guerra ‘inglória’”.

A escolha de Budapeste como palco das negociações foi rapidamente capitalizada pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que descreveu o seu país como “a ilha da paz” e “o único lugar na Europa” onde tal cimeira poderia ocorrer, devido à sua postura neutra.

A Comissão Europeia adotou um tom cauteloso, afirmando que “qualquer reunião que promova uma paz justa e duradoura na Ucrânia é bem-vinda”.

No entanto, analistas políticos expressaram ceticismo.

Dániel Hegedűs, do Fundo Marshall Alemão, considerou a cimeira um “enorme sucesso” para Orbán e uma “tentativa deliberada por parte do governo dos EUA de enfraquecer a unidade da UE”. A realização do encontro levanta também complexas questões logísticas e legais, nomeadamente como Putin poderá viajar para a Hungria, um país signatário do Estatuto de Roma, que obriga à detenção de indivíduos com mandados do Tribunal Penal Internacional.

Além disso, o espaço aéreo da UE está, em teoria, fechado a aeronaves russas, o que exigiria uma isenção especial.