No entanto, responsáveis políticos sublinham que as condições atuais no país tornam a sua organização logisticamente impossível e perigosa.
Oleksandr Kornienko, vice-presidente do parlamento ucraniano, descreveu em entrevista à agência Lusa a ânsia por eleições como “um dos principais rumores na Ucrânia”.
Segundo Kornienko, os “ucranianos estão cansados” de uma legislatura que já dura há sete anos, um período invulgarmente longo para a democracia do país.
A frustração é partilhada pelos próprios deputados, com Kornienko a declarar de forma contundente: “As pessoas já nos odeiam e nós odiamo-nos a nós próprios”.
Apesar deste desejo de renovação democrática, a realidade da guerra impõe obstáculos intransponíveis. Kornienko questiona como seria possível organizar uma votação quando “caem mil [drones] shahed por noite”, cerca de 20% do território está ocupado, centenas de milhares de militares estão mobilizados nas zonas de combate e mais de cinco milhões de ucranianos são refugiados no estrangeiro. A lei marcial, em vigor desde a invasão russa, proíbe a realização de eleições, e os desafios técnicos e de segurança para garantir um processo livre e justo são, de momento, insuperáveis.













