Numa mudança notável na dinâmica do apoio militar à Ucrânia, os Estados Unidos anunciaram que os aliados europeus da NATO irão financiar a aquisição de mais armamento americano para Kiev, através de um programa específico da aliança. O secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, confirmou a nova abordagem durante uma reunião ministerial da NATO em Bruxelas, afirmando que “mais armamento, é isso que está a caminho”. Este mecanismo, conhecido como Lista de Necessidades Prioritárias da Ucrânia (PURL), permite que os países europeus comprem equipamento militar diretamente dos EUA para ser enviado para a Ucrânia. O ministro da Defesa de Portugal, Nuno Melo, confirmou que o país participará na iniciativa com um contributo de 50 milhões de euros. Hegseth enquadrou esta estratégia na doutrina da administração Trump de “paz através da força”, sublinhando que “alcançamos a paz quando somos fortes, não quando utilizamos palavras fortes”.
A medida reflete uma nova partilha de encargos dentro da Aliança Atlântica, onde a capacidade industrial americana é mobilizada com financiamento europeu.
No entanto, esta dinâmica gera debate, com alguns analistas, como José Azeredo Lopes, a considerarem que a Europa se está a transformar numa “espécie de muleta permanente dos EUA”, pagando pela força militar americana.
Em resumoO novo modelo de financiamento do apoio à Ucrânia, onde a Europa paga por armas americanas, representa uma solução pragmática para a escassez de equipamento militar. Contudo, também reforça a dependência da indústria de defesa europeia em relação aos EUA e levanta questões sobre a autonomia estratégica do continente.