A sugestão do presidente Donald Trump de que a atual linha da frente na Ucrânia sirva como ponto de partida para negociações de paz gerou uma reação complexa, com Kiev e os seus aliados europeus a aceitarem a premissa de um cessar-fogo, mas rejeitando firmemente quaisquer cedências territoriais permanentes. Após uma reunião tensa com Volodymyr Zelensky, Trump defendeu que a guerra fosse "congelada" nas atuais linhas de combate, uma proposta que deixaria a Rússia no controlo de vastas áreas do território ucraniano, incluindo grande parte da região do Donbass. A posição de Trump tem oscilado; embora tenha negado propor a entrega de toda a região, afirmou que cerca de "78% do território já está nas mãos da Rússia.
Devemos deixá-lo exatamente como está neste momento".
Em resposta, Zelensky e vários líderes europeus, incluindo Emmanuel Macron, Friedrich Merz e Ursula von der Leyen, assinaram uma declaração conjunta.
No documento, afirmam: "Apoiamos veementemente a posição do Presidente Trump de que os combates devem cessar imediatamente e que a atual linha da frente deve ser o ponto de partida para as negociações". No entanto, o comunicado adverte de forma inequívoca que "as fronteiras internacionais não devem ser alteradas pela força". A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, reforçou esta posição, afirmando que pressionar a Ucrânia, a vítima da agressão, "não é a abordagem correta" e que aceitar cedências territoriais transmitiria a perigosa mensagem de que "usar a força contra os nossos vizinhos compensa".
Em resumoA proposta de Trump para um cessar-fogo baseado na linha da frente atual foi aceite como ponto de partida para negociações pela Ucrânia e seus aliados europeus. Contudo, existe uma linha vermelha clara: a recusa em aceitar a alteração de fronteiras pela força, o que indica que qualquer acordo de paz duradouro terá de respeitar a soberania e integridade territorial da Ucrânia.