A posição de Moscovo surge como uma resposta direta aos apelos de Washington para uma paragem imediata das hostilidades, no âmbito das negociações para a cimeira entre Trump e Putin.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, foi claro na sua rejeição, afirmando que "se simplesmente pararmos, isso significará esquecer as causas originais do conflito".

Segundo Lavrov, um cessar-fogo agora significaria que "grande parte da Ucrânia permaneceria sob o regime nazi de Kiev", o que considera uma contradição com os entendimentos alcançados na cimeira do Alasca entre Putin e Trump. Nesses encontros, segundo o ministro russo, ambos os líderes concordaram em "concentrar-se nas causas profundas e na necessidade de a Ucrânia abandonar a tentativa de aderir à NATO".

O Kremlin, através do porta-voz Dmitri Peskov, também negou qualquer mudança na sua posição sobre as concessões territoriais, confirmando que as exigências de Moscovo permanecem inalteradas, nomeadamente a cedência de toda a região do Donbass. Vladimir Putin reiterou esta condição, afirmando que para haver qualquer acordo de cessar-fogo, é necessário que a Ucrânia entregue as regiões de Donetsk e Luhansk. Esta postura intransigente evidencia a distância que ainda separa as partes e coloca um obstáculo significativo aos esforços diplomáticos de Trump para congelar o conflito na linha da frente atual.