O volte-face diplomático ocorreu poucos dias após o anúncio inicial, que gerou reações mistas na Europa.

A iniciativa partiu de Donald Trump, que na semana passada anunciou, após uma conversa “muito produtiva” com Putin, um encontro em Budapeste para “pôr fim à guerra ‘inglória’”.

No entanto, a Casa Branca recuou dias depois, afirmando que não há planos para uma reunião “num futuro próximo”.

A decisão seguiu-se a um telefonema entre os chefes da diplomacia dos dois países, que terá evidenciado a recusa de Moscovo em aceitar um cessar-fogo imediato, uma condição proposta por Washington.

O próprio Trump justificou o adiamento, afirmando que não queria realizar uma “reunião inútil” nem “perder tempo”. O Kremlin, por sua vez, manteve uma postura ambígua, com o porta-voz Dmitry Peskov a declarar que a cimeira necessita de “preparação séria” e que nunca foi definida uma data concreta, enquanto o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, insistiu que a reunião “continua na agenda”.

O cancelamento da cimeira coincidiu com o anúncio de novas e substanciais sanções dos EUA contra o setor petrolífero russo, sugerindo uma mudança de tática da administração Trump, passando da negociação direta para a pressão económica face à intransigência russa.