A retórica nuclear intensificou-se com a Rússia e os Estados Unidos a ponderarem a retoma dos testes de armas nucleares, uma prática interrompida há décadas. A escalada verbal segue-se ao cancelamento de uma cimeira de paz e ao aumento das tensões bilaterais, reacendendo os receios de uma nova corrida ao armamento. O Presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou ao seu Departamento de Defesa que "comece a testar" as armas nucleares do país, citando programas de testes de outros países e a necessidade de agir "em pé de igualdade". Em resposta, o Presidente russo, Vladimir Putin, instruiu os seus ministérios a apresentarem uma proposta sobre a "necessidade" de retomar os testes nucleares, embora tenha reiterado o compromisso da Rússia com a proibição.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a decisão seria "muito séria, bem fundamentada e cuidadosamente ponderada".
O ex-presidente russo Dmitry Medvedev alertou que as palavras de Trump teriam "consequências inevitáveis".
A tensão foi ainda mais elevada quando o deputado russo Mikhail Sheremet sugeriu que a Rússia deveria realizar ataques nucleares simulados contra réplicas de marcos ocidentais como o Pentágono e a Torre Eiffel para "assustar o Ocidente".
Este perigoso intercâmbio de ameaças representa um retrocesso significativo nos esforços de controlo de armas e reflete o profundo colapso da confiança entre as duas maiores potências nucleares do mundo.
Em resumoA ponderação mútua da retoma de testes nucleares marca uma perigosa escalada, erodindo décadas de normas de controlo de armamento. Esta postura, impulsionada pelo fracasso diplomático em relação à Ucrânia, arrisca-se a desencadear uma nova e desestabilizadora corrida ao armamento, reminiscente dos períodos mais tensos da Guerra Fria.