A divulgação de um alegado plano de paz negociado secretamente entre os Estados Unidos e a Rússia gerou uma onda de ceticismo e críticas por parte da Ucrânia e dos seus aliados europeus. A proposta, que incluiria concessões territoriais e militares significativas por parte de Kiev, foi amplamente vista como favorável a Moscovo e elaborada à revelia do governo ucraniano. O plano de 28 pontos, supostamente desenvolvido por enviados como o americano Steve Witkoff e o russo Kirill Dmitriev, previa medidas como a cedência do controlo do Donbass à Rússia, possivelmente através de uma "taxa de arrendamento", a redução das forças armadas ucranianas para 400 mil militares e limitações ao armamento ocidental que Kiev poderia receber. A Ucrânia não terá participado na elaboração do documento, tendo apenas sido informada dos seus pontos essenciais, o que levou a uma forte rejeição por parte de Kiev.
Uma fonte próxima da liderança ucraniana descreveu a proposta como uma "fantasia maximalista do Kremlin", concebida para explorar vulnerabilidades políticas em Kiev.
A reação da União Europeia foi igualmente contundente.
A alta representante para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, sublinhou a necessidade do acordo dos ucranianos e europeus para qualquer solução, afirmando ser "preciso recordar que há um claro agressor e uma vítima".
Diplomatas europeus classificaram a iniciativa como "um truque de salão russo familiar", destinado a pressionar Kiev a aceitar um acordo inaceitável.
A administração Trump manteve o silêncio, recusando-se a confirmar a existência do documento, embora figuras como o secretário de Estado Marco Rubio tenham admitido a necessidade de explorar diferentes cenários, alimentando a perceção de que Washington estaria a sondar várias vias diplomáticas, mesmo que à margem dos seus parceiros tradicionais.
Em resumoA revelação de um plano de paz secreto entre os EUA e a Rússia, altamente favorável a Moscovo, provocou uma forte rejeição por parte da Ucrânia e da União Europeia. As propostas de cedência territorial e desmilitarização foram consideradas inaceitáveis, evidenciando uma profunda desconfiança e uma fratura diplomática entre os aliados ocidentais sobre a forma de terminar o conflito.