A iniciativa, defendida pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enfrenta forte resistência da Rússia, bem como obstáculos legais e políticos dentro do próprio bloco, nomeadamente por parte da Bélgica e da Hungria.

A Duma, câmara baixa do parlamento russo, reagiu prontamente, pedindo ao governo que prepare medidas de retaliação e considere a proposta um "roubo".

Numa resolução, os deputados russos afirmaram que "as reparações são sempre pagas pela parte perdedora, algo que a Rússia não é e nunca será", e solicitaram ações legais contra a Bélgica e a câmara de compensação Euroclear, onde a maioria dos ativos está depositada. A Bélgica, por sua vez, teme as repercussões legais e financeiras, exigindo garantias de que os restantes parceiros da UE a apoiarão caso a Rússia avance com processos judiciais.

A Comissão Europeia tentou tranquilizar Bruxelas, comprometendo-se a que os países do bloco cobririam os riscos.

No entanto, a oposição mais veemente vem da Hungria.

O primeiro-ministro Viktor Orbán advertiu que a medida teria "consequências imprevisíveis", podendo levar ao "colapso do euro", e acusou von der Leyen de querer "prolongar a guerra". Orbán instou a UE a cessar o financiamento de "uma guerra que não podemos ganhar" e a concentrar esforços na paz.