Um vasto escândalo de corrupção no setor energético, apelidado de "Operação Midas", abalou o governo de Kiev, resultando na demissão dos ministros da Energia e da Justiça e levantando sérias preocupações entre os aliados ocidentais sobre a transparência na gestão dos apoios. A investigação, conduzida pelo Gabinete Anticorrupção Ucraniano (NABU), revelou um esquema que terá desviado cerca de 100 milhões de dólares através de subornos sistemáticos exigidos a subcontratados da Energoatom, a empresa pública de energia atómica. O caso ganhou uma dimensão política explosiva com a revelação de que o alegado cérebro do esquema, Timur Mindich, é um empresário considerado amigo próximo do Presidente Volodymyr Zelensky. Perante a crise, Zelensky prometeu uma reforma profunda do setor energético e instruiu o seu governo a impor sanções a Mindich.
No entanto, o escândalo já provocou reações internacionais.
O chanceler alemão, Friedrich Merz, exigiu que Zelensky lute "com energia" contra a corrupção, enquanto o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, alertou que estes casos podem minar a solidariedade europeia. Tusk afirmou que "se os escândalos de corrupção continuarem a ocorrer na Ucrânia, será cada vez mais difícil persuadir os vários parceiros a demonstrarem solidariedade".
A crise surge num momento delicado para a Ucrânia, que enfrenta dificuldades na frente de batalha e depende crucialmente da ajuda financeira e militar do Ocidente para suster a agressão russa.
Em resumoA "Operação Midas" expôs a persistência da corrupção na Ucrânia, mesmo em tempo de guerra, fragilizando a posição do Presidente Zelensky e ameaçando a confiança dos parceiros internacionais. A resposta de Kiev será crucial para garantir a continuidade do apoio ocidental, numa altura em que a fadiga da guerra se faz sentir em várias capitais europeias.