A proposta de paz da administração Trump para a Ucrânia foi abalada por uma forte controvérsia interna nos EUA, após alegações de que o documento seria, na verdade, uma "lista de desejos" da Rússia. As acusações, feitas por senadores de ambos os partidos, foram negadas publicamente pelo Secretário de Estado, Marco Rubio, gerando confusão sobre a autoria e as verdadeiras intenções do plano. A polémica surgiu quando três senadores norte-americanos – o independente Angus King, a democrata Jeanne Shaheen e o republicano Mike Rounds – revelaram publicamente que, numa conversa privada, Marco Rubio lhes terá dito que o plano "não era o plano do governo", mas sim uma "lista de desejos dos russos".
O senador Rounds acrescentou que o documento parecia ter sido "escrito em russo no início".
Estas declarações alimentaram as críticas de que o plano recompensaria a agressão de Moscovo.
Em resposta, Marco Rubio recorreu à rede social X para desmentir categoricamente as alegações, afirmando: "A proposta de paz foi redigida pelos Estados Unidos".
Argumentou que o texto "apresenta um quadro sólido para as negociações" e que se baseia em "elementos fornecidos pela parte russa, mas também em contribuições da Ucrânia".
O porta-voz do Departamento de Estado também qualificou as declarações dos senadores como "completamente falsas". Este episódio expõe as profundas divisões no seio da administração e do congresso norte-americanos sobre a estratégia a adotar, com alguns a verem a proposta como uma traição aos princípios ocidentais e outros como um ponto de partida pragmático para negociações.
Em resumoA legitimidade do plano de paz dos EUA foi posta em causa por alegações de que reflete as exigências russas, uma acusação que, apesar de negada pelo Departamento de Estado, revela uma significativa fratura política em Washington sobre a abordagem ao conflito e as concessões a Moscovo.