Esta declaração reafirma as exigências máximas da Rússia e coloca uma enorme pressão sobre as negociações de paz em curso. Numa conferência de imprensa em Bishkek, capital do Quirguistão, Putin foi explícito: “Se as tropas ucranianas abandonarem os territórios ocupados, cessaremos as hostilidades.

Se não saírem, expulsá-las-emos pela força militar”. Embora não tenha especificado se se referia apenas a Donetsk e Lugansk ou também a Kherson e Zaporijjia, a sua posição deixa pouca margem para compromissos territoriais por parte de Kiev.

Esta exigência alinha-se com a proposta de paz inicial dos EUA, que previa a cedência do Donbass, mas que foi posteriormente alterada após a intervenção da Ucrânia e dos seus parceiros europeus.

Putin considerou que o documento norte-americano original pode servir como “base para futuros acordos”, mas a sua inflexibilidade quanto ao controlo territorial continua a ser o principal obstáculo.

O líder russo também questionou a legitimidade do presidente Zelensky para assinar qualquer acordo, dado que o seu mandato expirou no ano passado, embora as eleições tenham sido suspensas devido à lei marcial.

Ao mesmo tempo, Putin negou qualquer intenção de atacar a União Europeia, classificando a ideia como “ridícula”, mas avisou que Moscovo preparou “medidas de retaliação” económicas caso os bens russos congelados sejam utilizados para apoiar a Ucrânia.