O governo do presidente Volodymyr Zelensky foi abalado por um grande escândalo de corrupção que levou à demissão do seu chefe de gabinete, Andriy Yermak. A investigação, centrada na empresa estatal de energia Energoatom, surge num momento de extrema sensibilidade diplomática, fragilizando a posição de Kiev. A demissão de Yermak, considerado uma figura central no poder em Kiev e o principal negociador da Ucrânia, ocorreu após a Agência Nacional Anticorrupção (NABU) ter realizado buscas na sua residência. A investigação diz respeito a um alegado esquema de desvio de fundos que poderá ter atingido os 100 milhões de euros da Energoatom.
Este escândalo já tinha provocado a demissão dos ministros da Energia e da Justiça.
Zelensky anunciou a demissão no seu discurso diário, agradecendo a Yermak pelo seu serviço "patriótico" mas afirmando querer "evitar rumores e especulações".
Yermak, por sua vez, confirmou a cooperação com as autoridades, mas expressou sentir-se "profanado" e com "falta de apoio daqueles que conhecem a verdade".
Numa mensagem críptica, declarou: "vou para a frente de batalha".
A crise interna surge na pior altura possível, minando a credibilidade do governo ucraniano enquanto este negoceia os termos de um potencial acordo de paz com a mediação dos Estados Unidos, o que, segundo analistas, enfraquece a sua capacidade negocial.
Em resumoUm grande escândalo de corrupção na empresa estatal de energia da Ucrânia forçou a demissão do influente chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak. A crise política interna fragiliza a liderança ucraniana num momento crucial, em plenas negociações para o fim da guerra.