A diplomacia para alcançar a paz na Ucrânia intensificou-se significativamente, com os Estados Unidos a liderarem um esforço de mediação que culminou numa reunião crucial em Moscovo, mas que terminou sem um acordo definitivo, especialmente no que toca às questões territoriais. O processo foi iniciado com uma proposta norte-americana de 28 pontos que, segundo várias fontes, favorecia Moscovo, prevendo o reconhecimento da soberania russa no Donbass e na Crimeia, a redução do exército ucraniano e a renúncia de Kiev à adesão à NATO. Este plano inicial foi fortemente criticado pela Ucrânia e pela União Europeia, levando a várias rondas de negociações em Genebra e na Flórida, que resultaram numa versão substancialmente alterada e reduzida para 20 pontos.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, embora cauteloso, admitiu que o plano revisto "parece melhor".
O clímax da semana diplomática foi a reunião de cinco horas no Kremlin entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e os enviados norte-americanos Steve Witkoff e Jared Kushner.
Apesar de o Kremlin descrever as conversações como "frutuosas" e um "processo normal de procura de compromissos", o conselheiro diplomático Yuri Ushakov admitiu que "não foi alcançado um compromisso" sobre a questão territorial, que Moscovo considera central. A Rússia mantém a sua exigência de que a Ucrânia se retire do Donbass, uma condição que Kiev rejeita veementemente. Por seu lado, Zelensky insiste que qualquer acordo deve incluir garantias de segurança "reais e eficazes" e não pode ser decidido "nas costas da Ucrânia", sublinhando que o seu objetivo é "pôr fim à guerra, não apenas obter uma pausa nos combates".
Em resumoApesar de uma intensa semana de mediação liderada pelos EUA, as negociações de paz para a Ucrânia permanecem num impasse. A Rússia mantém-se inflexível nas suas exigências territoriais, enquanto a Ucrânia recusa ceder soberania sem garantias de segurança robustas, tornando um acordo de paz abrangente ainda distante.