O documento acusa a Europa de estar “fraca” e “em decadência”, prevendo um “apagamento civilizacional” devido às políticas migratórias e à perda de identidade nacional.

Esta reorientação da política externa americana, alinhada com a abordagem “América Primeiro”, representa uma rutura histórica com décadas de cooperação.

O documento critica a União Europeia por minar a soberania nacional e a liberdade de expressão, e sugere que Washington apoiará “partidos europeus patriotas” para ajudar o continente a “corrigir o seu rumo”.

Donald Trump, numa entrevista ao Politico, reforçou esta visão, descrevendo os líderes europeus como “fracos” e as suas políticas como “um desastre”.

A estratégia ecoa a teoria da “grande substituição”, ao afirmar que é “plausível” que alguns membros da NATO se tornem maioritariamente não europeus nas próximas décadas.

A reação europeia foi de repúdio.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que a Europa não pode aceitar uma “ameaça de interferência na sua vida política”, sublinhando que “os Estados Unidos não podem substituir os cidadãos europeus na escolha de quais são os bons partidos e os maus partidos”.

A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, embora classificando o texto como uma “provocação”, tentou minimizar a rutura, afirmando que os EUA continuam a ser o “maior aliado” da Europa, apesar das divergências.

A nova doutrina americana não só tensiona a aliança, como também divide a própria extrema-direita europeia, com o AfD alemão a aplaudir a estratégia, enquanto o Reunião Nacional de Marine Le Pen a critica.