No entanto, a unidade da aliança é testada por divisões internas e pela imprevisibilidade da política externa dos EUA.

Numa conferência em Berlim, Rutte exortou os aliados a intensificarem os esforços de defesa, declarando: “Receio que muitos estejam silenciosamente complacentes.

Muitos não sentem a urgência.

(...) A hora de agir é agora”. O alerta surge num momento de reconfiguração estratégica, com a NATO a integrar todos os países nórdicos sob o comando de Norfolk, nos EUA, para reforçar a segurança no Atlântico Norte.

Contudo, a coesão da aliança enfrenta desafios.

Nos EUA, o congressista republicano Thomas Massie apresentou um projeto de lei para retirar o país da NATO, que classificou como “uma relíquia da Guerra Fria” usada para defender “países socialistas”. De forma inédita, a Dinamarca, um membro fundador, classificou os Estados Unidos como uma potencial ameaça à sua segurança nacional no seu relatório anual de inteligência. A decisão deve-se à “imprevisibilidade” da política externa de Washington e ao interesse renovado de Donald Trump na Gronelândia, que Copenhaga considera uma ameaça à sua soberania. Uma sondagem recente revelou ainda que 69% dos cidadãos de nove países da UE não acreditam na capacidade militar do seu país para se defender de um ataque russo, com Portugal a registar um dos níveis mais baixos de confiança.