Em paralelo, a Europa procura reforçar a sua própria indústria de defesa, uma medida que, no entanto, gera atritos com os Estados Unidos. O Estado-Maior das Forças Armadas polacas confirmou que estão em curso conversações para a entrega de caças MiG-29 à Ucrânia, dado que estas aeronaves estão a atingir o fim da sua vida útil na Polónia. Em contrapartida, Varsóvia procura adquirir “tecnologias selecionadas de drones e mísseis” da Ucrânia, num acordo que visa não apenas uma “compensação por equipamento”, mas também “adquirir e desenvolver conjuntamente novas competências de defesa e produção”.

Desde o início da guerra, a Polónia e a Eslováquia já forneceram 27 caças MiG-29 a Kiev, que os utiliza para patrulhar o espaço aéreo e atacar alvos terrestres.

Este esforço insere-se numa tendência mais ampla de rearmamento europeu.

Contudo, a preferência da Europa por adquirir armamento produzido localmente para fortalecer a sua base industrial de defesa tem gerado descontentamento em Washington. Um secretário de Estado adjunto dos EUA criticou esta abordagem em Bruxelas, sinalizando potenciais clivagens na cooperação de defesa transatlântica. A urgência do reforço militar europeu é sublinhada por uma sondagem que revela que mais de dois terços dos cidadãos em nove países da UE não confiam na capacidade dos seus exércitos para se defenderem de um ataque russo.