Uma versão revista do plano de paz para a Ucrânia, que está a ser discutida entre Kiev, Washington e as capitais europeias, inclui uma cláusula que prevê a adesão da Ucrânia à União Europeia a 1 de janeiro de 2027. Esta proposta de adesão acelerada, noticiada pelo Financial Times, representaria uma mudança radical na política de alargamento do bloco e surge como um dos principais incentivos para que a Ucrânia aceite um acordo. A inclusão desta data específica no plano de paz visa pressionar a Comissão Europeia a repensar todo o processo de adesão, que tradicionalmente se baseia no mérito e no cumprimento faseado de dezenas de critérios. Atualmente, a Ucrânia ainda não concluiu formalmente nenhum dos 30 critérios de negociação.
No entanto, fontes citadas pelo jornal britânico indicam que Bruxelas "compreende agora" que opor-se a esta via rápida poderia prejudicar o acordo de paz.
A alta representante da UE, Kaja Kallas, considerou a hipótese de uma data específica como "especulação", mas admitiu que a insistência dos negociadores americanos em manter a entrada da Ucrânia na UE no acordo é "um bom sinal".
O Presidente Zelensky também destacou a importância do apoio americano para garantir que o caminho europeu de Kiev não seja bloqueado por outros países, numa referência velada à Hungria, que tem vetado o início formal das negociações.
Embora especialistas considerem a adesão plena em 2027 altamente improvável, a proposta pode "revitalizar a candidatura da Ucrânia à UE e pressionar os decisores políticos a inovar e a acelerar o processo".
Em resumoO plano de paz mediado pelos EUA propõe a adesão da Ucrânia à UE até 1 de janeiro de 2027, uma medida que visa incentivar Kiev a aceitar um acordo. Embora a data seja considerada ambiciosa e enfrente obstáculos como o veto da Hungria, a proposta força a UE a reconsiderar o seu processo de alargamento e reforça a integração europeia como um pilar central para a segurança pós-guerra da Ucrânia.