A Rússia intensificou a sua guerra híbrida contra os países europeus, com incidentes de ciberataques, campanhas de desinformação e tentativas de sabotagem a infraestruturas críticas. A Alemanha acusou formalmente Moscovo de estar por trás de um ciberataque contra o controlo do tráfego aéreo alemão em 2024 e de uma campanha de desinformação para influenciar as eleições gerais de fevereiro passado, o que levou à convocação do embaixador russo em Berlim. O governo alemão atribuiu o ciberataque ao grupo de hackers APT28, também conhecido como "Fancy Bear", que os serviços de informações alemães ligam ao serviço de informações militares russo (GRU).
Em resposta, o porta-voz da diplomacia alemã, Martin Giese, afirmou que "as ações inadmissíveis da Rússia têm consequências" e que Berlim, em coordenação com os parceiros europeus, tomará contramedidas "para que a Rússia pague um preço pelas suas ações híbridas".
Paralelamente, as autoridades russas anunciaram ter frustrado uma tentativa de sabotagem ao oleoduto Druzhba, que abastece a Europa ocidental.
O Serviço Federal de Segurança (FSB) deteve um grupo de adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos, que alegadamente foram recrutados pelos serviços secretos ucranianos para colocar um engenho explosivo no oleoduto. A nova chefe do serviço secreto britânico MI6, Blaise Metreweli, também alertou para a "grave ameaça" que a Rússia representa, descrevendo a sua estratégia de "exportação do caos" como uma característica da sua política externa, e não um erro.
Em resumoA Alemanha acusou formalmente a Rússia de ciberataques e interferência eleitoral, enquanto as autoridades russas afirmam ter impedido uma sabotagem ao oleoduto Druzhba. Estes incidentes, juntamente com os alertas dos serviços secretos britânicos, evidenciam a intensificação da guerra híbrida de Moscovo contra a Europa.