Declarações do novo presidente polaco sobre a "ingratidão" ucraniana revelam um desconforto que pode afetar a coesão do apoio a Kiev na Europa de Leste. O recém-empossado presidente polaco, o nacionalista Karol Nawrocki, criticou publicamente o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por uma alegada falta de gratidão.
"Os polacos têm a impressão de que os nossos esforços e assistência à Ucrânia em todas as frentes não foram recebidos com a devida gratidão e compreensão", afirmou Nawrocki, salientando que a Polónia dedicou 4,91% do seu PIB ao apoio ao país vizinho.
Nawrocki, que durante a sua campanha se opôs à adesão da Ucrânia à UE e à NATO, também se posicionou como um aliado de Donald Trump, afirmando que o presidente norte-americano "é o único líder no mundo disposto a forçar Vladimir Putin a assinar um acordo de paz". Em contrapartida, Zelensky descreveu a sua reunião com Nawrocki como "muito positiva", manifestando o desejo de abrir "um novo capítulo, ainda mais importante" nas relações bilaterais.
Esta fricção ocorre num momento delicado, com o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, a alertar que "a independência da Polónia estaria ameaçada" em caso de derrota da Ucrânia.
A agravar as divisões na região, o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski, atribuiu simbolicamente a "Medalha Lenine" ao primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, pela sua oposição à utilização dos ativos russos.












