A ameaça persistente da Rússia e a mudança de postura dos Estados Unidos estão a catalisar uma profunda transformação na defesa e segurança europeia. A semana foi marcada por anúncios de investimentos militares recorde, propostas para uma maior integração militar e alertas crescentes dos países da linha da frente, sinalizando uma nova era de rearmamento no continente. A Alemanha deu um passo significativo ao aprovar uma nova verba de quase 50 mil milhões de euros para equipar as suas forças armadas, parte de uma viragem histórica na sua política de defesa.
O chanceler Friedrich Merz prometeu construir o exército convencional "mais poderoso da Europa".
Este movimento surge na sequência de avisos dos Estados da linha da frente.
Numa cimeira em Helsínquia, líderes de oito países do norte e leste da Europa, incluindo Finlândia, Polónia e os países bálticos, declararam que a defesa do flanco leste deve ser uma "prioridade imediata".
O primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, alertou que a Rússia deslocará as suas forças para a fronteira com a Finlândia e o Báltico após um eventual acordo de paz. Este sentimento de urgência reflete-se também a nível da UE, com o Parlamento Europeu a apoiar a criação de um "Schengen Militar" para facilitar a livre circulação de tropas e equipamentos.
Estes desenvolvimentos indicam um consenso crescente de que a Europa deve assumir maior responsabilidade pela sua própria segurança.
Em resumoPerante uma ameaça russa contínua e a incerteza do compromisso dos EUA, a Europa está a acelerar a sua militarização e integração estratégica. Investimentos recorde na defesa alemã, a proposta de um "Schengen Militar" e os alertas urgentes das nações do flanco leste assinalam uma mudança fundamental em direção a uma maior autossuficiência europeia em matéria de defesa.