Estas medidas, que ultrapassam largamente as taxas negociadas com aliados como a UE ou o Japão, refletem uma abordagem mais agressiva para com países que Washington considera terem práticas comerciais desleais ou políticas desalinhadas com os interesses norte-americanos.
O Brasil foi alvo de uma tarifa de 50% sobre os seus produtos, uma escalada significativa face aos 40% anteriormente ameaçados.
A Casa Branca justificou a medida como uma resposta a "políticas, práticas e ações recentes do Governo do Brasil que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos".
Uma das justificações explícitas foi a acusação de golpe de Estado a Jair Bolsonaro, aliado político de Donald Trump. O governo de Lula da Silva tem procurado ativamente uma negociação, mas enfrenta a oposição de figuras como Eduardo Bolsonaro, que trabalha para impedir o diálogo.
Apesar da taxa elevada, foram concedidas isenções a setores chave como a aviação, sumo de laranja e alguns minerais, dos quais a economia americana é dependente.
A Índia, por sua vez, enfrenta uma nova taxa de 25% sobre todos os seus produtos, que entrou em vigor a 1 de agosto. A esta tarifa acresce uma penalização adicional devido à compra de petróleo e armas russas por parte de Nova Deli.
O governo indiano declarou ter "tomado nota" do anúncio e estar a analisar as suas implicações, reiterando o empenho em concluir um acordo comercial "justo, equilibrado e mutuamente benéfico".