Mais de sete mil contribuintes, na sua maioria empresas, perderam benefícios fiscais no valor total de 2,1 milhões de euros no último ano devido a dívidas ao Estado. A anulação destas vantagens fiscais, revelada no relatório anual de combate à fraude e evasão fiscal, resulta da aplicação de uma norma que impede o acesso a benefícios por parte de quem não tem a sua situação tributária e contributiva regularizada. De acordo com o relatório, em 2024 foram canceladas 7.308 isenções fiscais em sede de IRS e IRC. Embora o número de famílias afetadas seja superior (5.957), o crescimento mais acentuado verificou-se no IRC, onde foram corrigidas 1.351 declarações de empresas, um aumento de 26% face a 2023 e um número recorde. O valor total anulado no IRC foi de 1,1 milhões de euros.
Grande parte das empresas penalizadas localiza-se no interior do país ou opera na Zona Franca da Madeira.
A legislação, que data de 2006, foi implementada como uma "atitude pedagógica de incentivo ao cumprimento voluntário das obrigações fiscais". Em 2017, o regime foi flexibilizado, concedendo um prazo adicional de 12 meses para a regularização das dívidas.
No entanto, os dados mais recentes demonstram que, mesmo com esta flexibilidade, o incumprimento continua a ter consequências significativas, resultando na perda de importantes benefícios fiscais que poderiam apoiar o investimento e a competitividade empresarial.
Em resumoA Autoridade Tributária anulou 2,1 milhões de euros em benefícios fiscais a mais de 7.000 contribuintes com dívidas ao Estado em 2024. O número de empresas penalizadas cresceu 26%, atingindo um recorde, o que evidencia as consequências do incumprimento fiscal para o acesso a apoios e isenções.