A medida, cuja entrada em vigor foi adiada para 7 de agosto, visa trazer estabilidade às relações transatlânticas, mas levanta preocupações sobre o seu impacto económico e as concessões feitas por Bruxelas.
A formalização do acordo, alcançado entre os presidentes Donald Trump e Ursula von der Leyen, representa um alívio face à ameaça inicial de tarifas de 30%, que poderiam desencadear uma guerra comercial em larga escala.
O pacto isenta setores estratégicos como semicondutores, componentes aeroespaciais e certos produtos farmacêuticos, o que foi saudado pelo comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, como um fator que "reforça a estabilidade para as empresas, bem como a confiança na economia transatlântica".
No entanto, o acordo implica contrapartidas significativas por parte da Europa, incluindo o compromisso de adquirir 750 mil milhões de dólares em energia norte-americana e aumentar as compras de material militar.
Esta situação levou a críticas que classificam o acordo como uma "submissão europeia" e um "mal menor".
O impacto económico já se faz sentir, com empresas como a General Motors, Stellantis e Apple a anteciparem perdas de faturação que, segundo análises, já atingem os dez mil milhões de euros. O setor vitivinícola português, em particular, enfrenta a possibilidade de perder mais de 20% do mercado norte-americano, uma vez que as tarifas sobre o vinho europeu passam para 15%, enquanto concorrentes como a Austrália pagam taxas de 10%. A União Europeia, que tinha preparado um pacote de retaliação de 93 mil milhões de euros, aguarda a implementação formal das medidas por parte dos EUA para suspender as suas contramedidas.