Após intensas negociações, a União Europeia conseguiu um acordo que fixa uma taxa de 15% sobre a maioria dos seus produtos, um valor inferior aos 30% inicialmente ameaçados, mas que ainda assim representa um encargo significativo para os exportadores. O comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, saudou o acordo como um fator de "estabilidade para as empresas, bem como a confiança na economia transatlântica", embora admita que não era o cenário ideal. Outros parceiros comerciais enfrentam taxas distintas, como o Reino Unido (10%), o Canadá (35%), a Suíça (39%) e Angola, que viu as suas tarifas reduzidas de 32% para 15%.
O impacto económico destas medidas já se faz sentir.
Gigantes da indústria automóvel como a Ford e a General Motors estimam custos adicionais de dois mil milhões e mil milhões de dólares, respetivamente. A Apple prevê um encargo de 1,1 mil milhões de dólares no próximo trimestre. O setor vitivinícola português, que exportou mais de 100 milhões de euros para os EUA em 2024, enfrenta a possibilidade de uma quebra de mercado superior a 20%, segundo Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal.
Paulo Amorim, da ANCEVE, foi mais crítico, considerando o acordo "péssimo" e um "erro estratégico" da Europa.
Em resposta à incerteza, o Governo português anunciou que se irá reunir com os principais setores exportadores para avaliar medidas de apoio.