Esta decisão marca um ponto de viragem na crescente tensão comercial transatlântica, trazendo alguma previsibilidade para as empresas, embora com custos acrescidos para vários setores.
O acordo, fechado a 27 de julho entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente norte-americano, Donald Trump, foi visto como a solução possível para travar uma escalada de tarifas que poderiam atingir os 30%. Em resposta, a Comissão Europeia anunciou a suspensão por seis meses das contramedidas que deveriam entrar em vigor a 7 de agosto, avaliadas em 93 mil milhões de euros.
O comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, saudou o acordo, afirmando que “reforça a estabilidade para as empresas, bem como a confiança na economia transatlântica”.
A nova taxa de 15% é abrangente, mas exclui o alumínio e o aço, que continuam sujeitos a tarifas de 50%. A Alemanha, através do seu ministro das Finanças, Lars Klingbeil, defendeu a negociação de um sistema de quotas para o aço. Setores como o automóvel, que enfrentava uma taxa de 27,5%, serão agora abrangidos pelos 15%, embora o impacto continue a ser significativo, com as principais fabricantes europeias e americanas a estimarem perdas de milhares de milhões de euros. A Suíça, por sua vez, foi surpreendida com uma tarifa de 39%, considerada “altamente punitiva” pelo seu governo, que procura renegociar os termos.
O acordo prevê ainda compromissos de compra de energia e investimentos europeus nos EUA, mas Bruxelas clarificou que “as decisões comerciais estão do lado das empresas”.