A medida, que entrou em vigor no início de agosto, afeta diretamente produtos de grande peso na balança comercial brasileira, como o café, as carnes e o cacau. A ministra brasileira do Planeamento, Simone Tebet, expressou esperança de que estes produtos fossem incluídos na lista de exceções, argumentando que os EUA teriam dificuldade em encontrar novos fornecedores.
A indústria do cacau alertou que a exportação se tornaria "economicamente inviável".
Em resposta, o Brasil adotou uma abordagem multifacetada. Em vez de uma retaliação imediata, o governo brasileiro optou por focar-se em pacotes de alívio para os setores mais afetados, como linhas de crédito público. Diplomaticamente, a Câmara de Comércio Exterior autorizou o início de um processo de consultas na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas.
Comercialmente, o Brasil acelerou a sua aproximação a outros mercados.
A China, por exemplo, autorizou a importação de café de 183 empresas brasileiras poucos dias após o anúncio das tarifas norte-americanas, posicionando-se como uma alternativa estratégica. Apesar de uma lista de 694 produtos, incluindo aeronaves da Embraer e petróleo, ter ficado isenta, o "tarifaço" gerou forte apreensão e obrigou a uma reorientação da política comercial brasileira para mitigar os danos económicos.