A medida afeta dezenas de países com taxas que variam entre 10% e mais de 50%, justificadas pela Casa Branca com critérios geopolíticos e económicos. O novo plano tarifário estabelece um mínimo global de 10% e taxas mais elevadas para países com excedentes comerciais com os EUA ou que não se alinhem com os seus interesses políticos.
A União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul enfrentam uma taxa de 15%, enquanto o Reino Unido negociou uma taxa de 10%. Países como a Índia e o Brasil foram penalizados com taxas de 50%, uma medida vista como uma ferramenta de pressão política: no caso da Índia, para cortar as importações de petróleo russo, e no do Brasil, associada a tensões diplomáticas. A China, alvo inicial da política protecionista, conseguiu uma extensão do prazo para negociações.
A implementação destas taxas, descritas como “recíprocas” por Donald Trump, gerou reações imediatas.
A União Europeia, após alcançar um acordo que reduziu a tarifa inicial de 30% para 15%, decidiu suspender as suas medidas de retaliação.
No entanto, especialistas alertam para o impacto negativo no crescimento económico global e para um aumento da inflação nos EUA, com o secretário-geral da SEDES Europa, Vítor Gabriel Oliveira, a sublinhar que “aquilo que se prevê em muitos mercados é que o consumo abrande”.