Esta disputa fiscal ocorre no contexto do plano de encerramento gradual das centrais nucleares do país até 2035.
As quatro empresas proprietárias das instalações, incluindo a Iberdrola, Endesa e a portuguesa EDP, argumentam que a energia nuclear “não é competitiva” e, por isso, não pediram uma prorrogação da vida útil das centrais. Em vez disso, segundo o secretário de Estado da Energia, Joan Groizard, as empresas pretendem uma redução de impostos “e que todos paguemos parte dos custos do desmantelamento e da gestão de resíduos”.
A resposta do governo foi clara: não irá transferir esses custos para os contribuintes.
Groizard salientou que “as taxas atualmente impostas pelo Estado às centrais nucleares são exatamente as mesmas de 2019”, o que significa que o quadro fiscal se manteve inalterado. Apesar de a ministra da Transição Ecológica, Sara Aagesen, ter afirmado estar disposta a reabrir o debate sobre o calendário de encerramento, outras vozes no governo, como a ministra do Trabalho, Iolanda Diaz, reiteraram a oposição a qualquer revisão, afirmando que “prolongar o tempo de vida das centrais nucleares vai contra o plano de transição ecológica do Governo”.