Estas medidas protecionistas estão a gerar forte contestação e a ter um impacto económico significativo nos setores exportadores destes países.
No caso do Brasil, a tarifa de 50% ameaça gravemente a indústria do calçado. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Calçado (Abicalçados), a medida afetará 80% dos exportadores do setor e poderá causar a perda de até 20.000 empregos.
A entidade patronal relata já “cancelamento de encomendas, algumas até mesmo de calçados já produzidos”. O Brasil, que considera que as tarifas violam os compromissos na Organização Mundial do Comércio (OMC), já iniciou um pedido de consultas junto da organização.
Relativamente à Índia, a Casa Branca confirmou uma tarifa adicional de 25% (totalizando 50%), justificando a medida com a continuação da compra de petróleo russo por parte de Nova Deli. Esta ação é vista como uma ferramenta de pressão para que a Índia se alinhe com os interesses norte-americanos no contexto da guerra na Ucrânia.
A Índia, por sua vez, considerou as taxas “injustificadas e irracionais”, acusando os EUA de hipocrisia.