A medida estabelece uma taxa geral de 15% sobre os produtos da União Europeia, com valores mais elevados para outros parceiros comerciais e setores específicos.
A entrada em vigor das novas taxas aduaneiras norte-americanas marca um ponto de viragem nas relações comerciais transatlânticas, com consequências imediatas para a economia portuguesa. As exportações nacionais para os EUA registaram uma quebra homóloga de 39,4% em junho, ainda antes da aplicação formal das tarifas, um sinal do efeito de antecipação e da instabilidade gerada. O acordo negociado entre Bruxelas e Washington fixou uma taxa de 15% para a maioria dos bens da UE, incluindo setores vitais como o automóvel e as bebidas alcoólicas, mas excluiu o aço e o alumínio, que continuam sujeitos a taxas mais elevadas.
O governo português, liderado pelo Ministro da Economia, Castro Almeida, reagiu prontamente, reunindo com cerca de 30 associações setoriais para “validar as medidas que o Governo tem vindo a tomar no sentido de reforçar os apoios à internacionalização e capitalização das empresas”. A nível global, a medida desencadeou uma onda de reações, desde a suspensão de contramedidas por parte da UE até a alegações do Japão de que Washington cometeu um “erro” na sua aplicação. Adicionalmente, a administração Trump anunciou uma tarifa de 100% sobre semicondutores importados, isentando empresas que se comprometam a produzir nos EUA, o que levou a Apple a anunciar um reforço do seu investimento no país para 600 mil milhões de dólares. Analistas como Filipe Grilo perspetivam que “os mercados vão reagir violentamente e perceber que os efeitos das tarifas vão ser devastadores”, antecipando um abrandamento do crescimento global e um aumento da inflação.