A medida gera repercussões económicas internas e reações a nível global, com o governo norte-americano a esperar uma arrecadação mensal substancial.

As novas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos, que entraram em vigor a 7 de agosto, atingiram uma média de 20,1%, segundo cálculos da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), o nível mais alto desde o início da década de 1910. Esta taxa, que era de apenas 2,4% no início de 2025, resulta da aplicação de sobretaxas que variam entre 10% e 50% sobre os principais parceiros comerciais dos EUA.

O objetivo, segundo o Presidente Donald Trump, é reequilibrar o comércio e proteger a indústria nacional.

O secretário de Comércio, Howard Lutnick, estima que a medida poderá gerar uma receita mensal de cerca de 50 mil milhões de dólares (43 mil milhões de euros).

No entanto, a implementação destas barreiras comerciais já começou a causar "danos visíveis à economia dos EUA".

Estudos recentes apontam para uma desaceleração no setor industrial, aumento do desemprego e agravamento da inflação.

Analistas, como Gregory Daco da EY, alertam que existem "forças erosivas que estão a minar ativamente o impulso da economia", um cenário que os investidores parecem estar a ignorar, focados numa época de resultados empresariais considerada positiva.

A ONU classificou as tarifas como uma "notícia desanimadora", sublinhando que "todas as guerras comerciais são ruinosas e devem ser evitadas".

Trump, por sua vez, defendeu a sua política, afirmando que uma eventual suspensão das tarifas por um "tribunal de esquerda radical" poderia levar os EUA a reviver a Grande Depressão de 1929.