A descida de 4,5% é atribuída principalmente a um aumento dos impostos a pagar, num período em que a média da OCDE registou um ligeiro crescimento. De acordo com os dados divulgados pela OCDE, a contração do rendimento real per capita em Portugal (-4,5%) foi a mais acentuada entre os 20 países com dados disponíveis, contrastando com um aumento médio de 0,1% no conjunto da organização.

A OCDE explica que esta queda se deveu "principalmente devido ao aumento dos impostos a pagar", que ocorreu após uma diminuição no trimestre anterior, resultante de "mudanças no regime tributário". Esta variação está associada a um efeito de base, uma vez que em outubro de 2024 as taxas de retenção na fonte de IRS foram excecionalmente baixas para aplicar a descida do imposto com efeitos retroativos, o que influenciou o valor global da tributação nesse trimestre. Apesar de as taxas de retenção no início de 2025 serem mais baixas do que em novembro e dezembro de 2024, o aumento relativo dos impostos pagos no primeiro trimestre de 2025 teve um impacto negativo significativo no rendimento disponível das famílias.

No mesmo período, o PIB real per capita em Portugal também se contraiu (-0,6%). Em contraste, no G7, a maioria dos países registou um aumento do rendimento familiar real per capita, com as exceções do Reino Unido e da Alemanha, onde a inflação continuou a erodir o crescimento do rendimento nominal.