A medida, que visa reequilibrar a balança comercial dos EUA, suscita preocupações sobre o crescimento económico, a inflação e a estabilidade das cadeias de abastecimento internacionais. A política tarifária, que começou a ser aplicada a 7 de agosto, estabelece uma taxa mínima global de 10% e impostos que variam entre 15% e 50% para os países com excedente comercial com os EUA. O Brasil é um dos mais penalizados, com uma taxa de 50%, enquanto a União Europeia (UE) negociou uma taxa geral de 15%. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, estima que a medida poderá arrecadar cerca de 50 mil milhões de dólares por mês em receitas, afirmando que o consumidor americano é “o fator mais poderoso do planeta” e que, por isso, não espera retaliações.
No entanto, a Organização das Nações Unidas (ONU) classificou a situação como uma “notícia desanimadora”, com o porta-voz Farhan Haq a sublinhar que “todas as guerras comerciais são ruinosas e devem ser evitadas”.
Analistas económicos partilham desta preocupação, prevendo que as tarifas conduzam a um “menor crescimento em todo o mundo” e a um aumento da inflação, sendo os consumidores norte-americanos os “principais prejudicados”.
Vários setores já sentem o impacto, com empresas como a Toyota e a Honda a reportarem quebras nos lucros devido às taxas.
A agitação geopolítica e a incerteza sobre futuros acordos, nomeadamente com a China, mantêm os mercados em alerta, com o ouro a atingir valores recorde como ativo de refúgio.














