A organização atribui esta descida acentuada principalmente ao aumento dos impostos pagos no início do ano, após alterações no regime tributário no final de 2024.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) destacou que a contração em Portugal, que também viu o PIB real per capita recuar 0,6%, contrastou com a média dos seus países-membros, onde o rendimento real das famílias registou um ligeiro aumento de 0,1%.

O relatório explica que “este aumento nos impostos ocorreu após uma queda no trimestre anterior, na sequência de mudanças no regime tributário”. Esta situação deve-se a um efeito de base estatística: em outubro de 2024, as taxas de retenção na fonte de IRS foram excecionalmente baixas para aplicar retroativamente a descida do imposto desse ano, o que reduziu artificialmente a carga fiscal nesse período. Consequentemente, a normalização das taxas no início de 2025 foi interpretada como um “aumento dos impostos a pagar” em comparação com o trimestre anterior. O panorama geral na OCDE foi misto, com metade dos 20 países com dados disponíveis a registar um aumento do rendimento e a outra metade uma queda. Entre os países do G7, a maioria viu um aumento, com as exceções do Reino Unido (-1,3%) e da Alemanha (-0,4%), onde a inflação “erodiu o crescimento do rendimento nominal”.