Esta medida, que funciona na prática como uma tarifa, surge no contexto da crescente tensão comercial e tecnológica entre as duas maiores economias do mundo, permitindo às empresas retomar exportações cruciais enquanto gera uma nova fonte de receita para Washington.

Este acordo sem precedentes transforma o governo norte-americano num parceiro efetivo das operações destas empresas na China.

A Nvidia irá partilhar 15% da receita das vendas do seu chip H20, enquanto a AMD fará o mesmo com as receitas do seu modelo MI308.

A medida foi formalizada após o Departamento de Comércio dos EUA começar a emitir licenças de exportação, na sequência de uma reunião entre o CEO da Nvidia, Jensen Huang, e o Presidente Donald Trump. Antes das restrições, a Nvidia vendia cerca de 15 mil milhões de dólares em chips H20 para a China, e a AMD planeava vender cerca de 800 milhões de dólares do seu MI308. Com base nestes valores, estima-se que o acordo possa render mais de 2 mil milhões de dólares aos cofres dos EUA.

Fontes oficiais indicam que a Administração Trump ainda não determinou como irá utilizar este montante.

Analistas comparam esta solução a outros mecanismos de controlo estatal, como a "golden share" (ação de ouro) utilizada no acordo com a Nippon Steel para a compra da US Steel, que confere ao governo poder de veto em decisões que afetem a segurança nacional. A medida surge pouco antes do fim da trégua comercial de 90 dias entre os EUA e a China, sinalizando uma nova abordagem de Washington para gerir o acesso de Pequim a tecnologias estratégicas, ao mesmo tempo que capitaliza financeiramente essa supervisão.