O litígio teve origem na venda, em março, da participação de 10% da Galp à petrolífera estatal dos Emirados Árabes Unidos, a ADNOC. A AT de Moçambique calculou uma mais-valia de cerca de 920 milhões de euros, sobre a qual aplicou a taxa de 17,6% prevista no regime fiscal petrolífero, resultando num imposto de 162 milhões de euros. No entanto, a Galp contesta este valor, alegando uma mais-valia tributável de apenas 26 milhões de euros, um montante 35 vezes inferior. O Centro de Integridade Pública (CIP) de Moçambique, uma organização da sociedade civil, classificou o caso como um "teste à soberania económica de Moçambique" e acusou a Galp de adotar uma "tática conhecida como 'guerra de desgaste'" ao recorrer ao Centro Internacional para Resolução de Disputas sobre Investimentos (ICSID) do Banco Mundial. O CIP aponta uma "gritante inconsistência" entre o que a empresa declara ao fisco e o ganho contabilístico de 147 milhões de euros que reportou aos acionistas. O Governo moçambicano, por sua vez, já incluiu no seu Cenário Fiscal de Médio Prazo a expectativa de receber pagamentos de impostos sobre mais-valias da Galp em 2025 e 2026.
Galp e Moçambique em Disputa Fiscal sobre Mais-Valias de 162 Milhões de Euros
A petrolífera portuguesa Galp e a Autoridade Tributária (AT) de Moçambique encontram-se num diferendo fiscal no valor de 162 milhões de euros, relacionado com a venda da participação da empresa na Área 4 da Bacia do Rovuma. Embora o presidente da AT moçambicana, Aníbal Mbalango, tenha negado publicamente a existência de um "diferendo", a Galp confirmou ter sido notificada para o pagamento e já recorreu à arbitragem internacional.



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O peso das prestações de proteção social na economia da União Europeia acentuou-se no ano de 2024, representando 27,3% do Produto Interno Bruto do bloco. Segundo dados do Eurostat, a despesa total ascendeu a 4,9 mil milhões de euros, um aumento homólogo de 6,9%. Finlândia, França e Áustria lideram no esforço relativo, enquanto a Irlanda regista a percentagem mais baixa. Em Portugal, a fatia do PIB afeta a estas rubricas também cresceu.

A farmacêutica Bial anunciou hoje a cooptação de Pedro Pereira Gonçalves para o seu Conselho de Administração, na qualidade de membro não executivo. O executivo, com um percurso cimentado entre a alta finança e as políticas públicas, traz para a empresa de Porto uma visão estratégica que pretende alavancar a ambição de expansão internacional e o reforço das parcerias globais do grupo.

O PS propôs a conversão de um eventual bónus pontual nas pensões num aumento permanente, uma das cerca de cem alterações ao OE2026. Eurico Brilhante Dias garantiu que as medidas mantêm o excedente orçamental e condicionou uma eventual subida do ISP à aprovação parlamentar, destinando essa receita para baixar o IVA de alimentos.

O Plenário do Conselho Económico e Social (CES), que reuniu a 4 de novembro, defendeu “a necessidade de dotação orçamental para a concretização da estratégia Água que Une e do Estatuto da Agricultura Familiar".O CES alerta ainda para “a importância de execução das verbas previstas para o setor da Agricultura, Florestas e Pescas, para que não se repita a sub-execução prevista para 2025”.O Plenário do Conselho Económico e Social (CES) realizado na passada terça-feira, 4 de Novembro, deixou um alerta muito claro ao Governo quanto ao orçamento do Estado para 2026 em matéria de agricultura, floresta e pescas.No relatório que foi divulgado a seguir ao encontro, pode ler-se que “o CES assinala a necessidade de dotação orçamental para a concretização da estratégia “Água que Une” e do Estatuto da Agricultura Familiar”.O CES alerta ainda para “a importância de execução das verbas previstas para o setor da agricultura, florestas e pescas, para que não se repita a sub-execução prevista para 2025”.Artigo relacionadoGoverno liberta 44 milhões de euros para apoiar agricultores afetados pelos incêndios. Ainda há candidaturas a decorrerEstes alertas coincidem com os reparos feitos recentemente pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), em comunicado emitido no passado dia 14 de outubro.Num documento enviado à comunicação social, a CNA alertava que “o orçamento do Estado para 2025 previa 2 085 milhões de euros para a agricultura”, mas que, no entanto, no documento com a proposta de Orçamento para 2026, a verba que se estima que o Governo venha a executar em 2025 é “apenas de 1 346 milhões”. “Esta sub-execução motiva fortes preocupações. São cerca 739 milhões de euros que ficam que executar, mais de 35% das verbas previstas, e que tanta falta fazem ao setor”, lamentou a Confederação.“Para esconder a sua política e poder dizer que a despesa aumenta em 2026 com a agricultura, as florestas e as pescas, o Governo utiliza um estratagema que, infelizmente, já conhecemos bem de Governos anteriores, que é comparar o valor previsto para 2026, não com o orçamentado para 2025, mas com o executado”, adverte a CNA."Quase 400 milhões de euros a menos"A Confederação refere que “só assim se pode dizer que há um aumento de 25% quando na realidade, e tendo em conta as necessidades identificadas para este ano (que não se alteraram), o corte é de 19%”. Nas suas contas “são quase 400 milhões de euros a menos”.A CNA sublinha ainda que, se o Ministério da Agricultura tivesse inscrito para 2026 pelo menos, o que inscreveu em 2025, estaria anulado o excedente orçamental para 2026 previsto na contabilidade nacional, que corresponde a 263 milhões de euros”. Não haveria excedente, mas sim um défice.CNA alertou que “o OE 2025 previa 2 085 milhões de euros para a agricultura”, mas que, no OE 2026n a verba que se estima que o Governo venha a executar em 2025 é “apenas de 1 346 milhões”. “É também à custa das dificuldades dos agricultores, pescadores, pequenos produtores que este Governo pode apresentar um excedente orçamental em 2025 de 0,3% do PIB (cerca de 650 milhões de euros), porque não os executou”, lamenta a CNA, organização que tem, aliás, assento no Plenário do Conselho Económico e Social, na área de Interesse da “Agricultura Familiar e Mundo Rural”. Adélia Vilas Boas e Pedro Santos no CESSão conselheiros da CNA no CES os dirigentes Adélia Vilas Boas e Pedro Santos, na qualidade de membros efetivo e suplente, respetivamente, e que, em devido tempo, alertaram este organismo para o défice orçamento nos domínios da agricultura, florestas e pescas.O Plenário do CES, recorde-se, é constituído por 76 conselheiras e conselheiros, no qual se inclui o/a presidente, que preside ao Plenário e é eleito/a pela Assembleia da República, e quatro vice-presidentes que o coadjuvam e são eleitas/os pelo próprio Plenário.ZERO e Centro PINUS critica OE2026As críticas ao orçamento do Estado para 2026 não se circunscrevem à agricultura. Na área das florestas, a associação ambientalista ZERO e o Centro PINUS, associação que agrega os agentes da fileira do pinho, também estão pessimistas.O Plenário do CES, recorde-se, é constituído por 76 Conselheiras e Conselheiros, no qual se inclui o/a Presidente, que preside ao Plenário e é eleito/a pela Assembleia da República.Num comunicado conjunto difundido nas vésperas da aprovação do OE 2026 na generalidade, as duas organizações afirmaram que, no documento do Governo, as verbas são insuficientes para os planos que foram traçados para o setor.Artigo relacionadoExportações do setor florestal atingiram 6,4 mil milhões de euros em 2024. Segmento da madeira teve saldo negativoÉ que o Governo apresentou a 21 de março, em Vila Real, o plano estratégico "Floresta 2050", que previa investir cerca de 246 milhões de euros até 2050, mas, analisando os mapas do Orçamento do Estado para 2026, a ZERO e o Centro PINUS afirmam que “os 300 milhões de euros previstos para investir anualmente na floresta não estão garantidos”.A estratégia do Governo "Floresta 2050" continha a promessa de garantir um investimento anual de cerca de 246 milhões de euros até 2050, num total de 6,4 mil milhões de euros.O plano focava-se em quatro pilares: valorização, resiliência, propriedade e governança, e incluía medidas para a gestão de incêndios, recuperação de áreas ardidas, simplificação de processos administrativos e o lançamento de um plano nacional para plantar cinco milhões de árvores até 2030.







