Este dado, revelado no Relatório sobre o Combate à Fraude e Evasão Fiscais e Aduaneiras, sublinha a crescente concentração da carga fiscal e a importância estratégica da Unidade dos Grandes Contribuintes (UGC) da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

O montante pago por este grupo em 2024 representa um aumento de três mil milhões de euros face a 2023, ano em que a sua contribuição foi de 24 mil milhões, correspondendo a 41% da receita total. O peso relativo na receita fiscal total só foi superior em 2022, quando os 23 mil milhões de euros pagos equivaleram a 44% do total.

O universo acompanhado pela UGC é composto por 3.720 empresas e 1.602 contribuintes individuais.

Para os particulares, os critérios de inclusão são um rendimento anual bruto superior a 750 mil euros ou um património superior a cinco milhões de euros.

A UGC, descrita como o "radar do Fisco" para os mais ricos, tem como missão promover o cumprimento voluntário das obrigações fiscais, mas também exercer funções de inspeção.

Nos últimos cinco anos, a atividade inspetiva junto destes contribuintes permitiu recuperar um total de 3,2 mil milhões de euros em impostos. Só em 2024, foram concluídas 198 inspeções que resultaram na correção de 602 milhões de euros em impostos em falta, demonstrando a eficácia da monitorização apertada deste segmento.